Frei Galvão |
Os médicos e
a religião
Acreditar
que a medicina caminha de costas para a religiosidade não é uma verdade
brasileira. Pesquisa do Conselho Federal de Medicina (CFM), feita com sete mil
médicos de todo País, atestou que a maioria é envolvida com a espiritualidade.
Do total de entrevistados, apenas 13,6% afirmaram não ter nenhuma religião. Do
restante, 62,9% disseram ser católicos, 11,5% espíritas, 7,3% protestantes e
4,7% de outras religiões. Além disso, 43,8% dos profissionais ouvidos relataram
ser muito ou totalmente religiosos.
Dentre as várias
manifestações que envolvem história, religião e medicina temos entre nós as
famosas pílulas do Frei Galvão.
caEle é considerado patrono dos pedreiros e
arquitetos, por ser o fundador do Mosteiro da Luz. O santo viveu entre 1739 e
1822, sempre no estado de São Paulo. A data que comemora o dia de Santo Antônio
de Sant’ana Galvão é em 25 de outubro, data de beatificação do Frei. A
canonização (quando se torna Santo) foi feita em 11 de maio de 2007. Conta-se
que Certo dia, Frei Galvão foi procurado por um senhor muito aflito,
porque sua mulher estava em trabalho de parto e em perigo de perder a vida.
Frei Galvão escreveu em três papelinhos o
versículo do Ofício da Santíssima Virgem: Pos partum Virgo, Inviolata
permansisti: Dei Genitrix intercede pro nobis (Depois do parto, ó Virgem, permaneceste
intacta: Mãe de Deus, intercedei por nós). Deu-os ao homem, que por sua vez levou-os à
esposa. A mulher ingeriu os papelinhos, que Frei Galvão enrolara como uma
pílula, e a criança nasceu normalmente.
Caso
idêntico deu-se com um jovem que se retorcia com dores provocadas por cálculos
vesicais. Frei Galvão fez outras pílulas
semelhantes e deu-as ao moço. Após ingerir os papelinhos, o jovem expeliu os
cálculos e ficou curado.
Esta foi a origem dos milagrosos papelinhos, que, desde então, foram muito procurados pelos devotos de Frei Galvão, e até hoje o Mosteiro fornece para pessoas que têm fé na intercessão de Servo de Deus.
Esta foi a origem dos milagrosos papelinhos, que, desde então, foram muito procurados pelos devotos de Frei Galvão, e até hoje o Mosteiro fornece para pessoas que têm fé na intercessão de Servo de Deus.
Outras
histórias envolvem o Frei: “Certa manhã, passou um médico, pelo
Recolhimento da Luz, a fim de visitar Frei Galvão. Terminada a visita, o Santo
ofereceu ao amigo um belo crucifixo, dizendo-lhe que era para que caminhassem melhor os seus negócios espirituais e
temporais. O médico agradeceu o presente, mas fez uma solicitação ao Santo,
pedindo-lhe que guardasse o precioso crucifixo até que ele regressasse das
visitas que ia fazer a alguns doentes. Cumprido o dever profissional, o médico seguiu
para casa se esquecendo de voltar ao Recolhimento para pegar o seu presente.
Todavia, ao penetrar no seu consultório, cuja chave trazia consigo, com grande
e comovedora surpresa viu sobre a sua mesa de trabalho, o crucifixo de Frei
Galvão”.
A prática tem muito a ver com o voto de cura e
é muito antiga. Já era presente na civilização romana e conhecida como timbre
terapêutico. O timbre era comprado com intenção de voto de cura e guardado ou
até ingerido.
Timbres terapêuticos |
As pílulas do Frei Galvão são distribuídas
gratuitamente, tendo os pedidos aumentados desde a beatificação do Frei.
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