domingo, 6 de maio de 2012

Medicina, história e religião

Frei Galvão
Os médicos e a religião
        
      Acreditar que a medicina caminha de costas para a religiosidade não é uma verdade brasileira. Pesquisa do Conselho Federal de Medicina (CFM), feita com sete mil médicos de todo País, atestou que a maioria é envolvida com a espiritualidade. Do total de entrevistados, apenas 13,6% afirmaram não ter nenhuma religião. Do restante, 62,9% disseram ser católicos, 11,5% espíritas, 7,3% protestantes e 4,7% de outras religiões. Além disso, 43,8% dos profissionais ouvidos relataram ser muito ou totalmente religiosos.
        
     Dentre as várias manifestações que envolvem história, religião e medicina temos entre nós as famosas pílulas do Frei Galvão. 
   caEle é considerado patrono dos pedreiros e arquitetos, por ser o fundador do Mosteiro da Luz. O santo viveu entre 1739 e 1822, sempre no estado de São Paulo. A data que comemora o dia de Santo Antônio de Sant’ana Galvão é em 25 de outubro, data de beatificação do Frei. A canonização (quando se torna Santo) foi feita em 11 de maio de 2007. Conta-se que  Certo dia, Frei Galvão foi procurado por um senhor muito aflito, porque sua mulher estava em trabalho de parto e em perigo de perder a vida.
      Frei Galvão escreveu em três papelinhos o versículo do Ofício da Santíssima Virgem: Pos partum Virgo, Inviolata permansisti: Dei Genitrix intercede pro nobis (Depois do parto, ó Virgem, permaneceste intacta: Mãe de Deus, intercedei por nós).    Deu-os ao homem, que por sua vez levou-os à esposa. A mulher ingeriu os papelinhos, que Frei Galvão enrolara como uma pílula, e a criança nasceu normalmente.     
      Caso idêntico deu-se com um jovem que se retorcia com dores provocadas por cálculos vesicais.  Frei Galvão fez outras pílulas semelhantes e deu-as ao moço. Após ingerir os papelinhos, o jovem expeliu os cálculos e ficou curado.
      Esta foi a origem dos milagrosos papelinhos, que, desde então, foram muito procurados pelos devotos de Frei Galvão, e até hoje o Mosteiro fornece para pessoas que têm fé na intercessão de Servo de Deus.

       
       Outras histórias envolvem o Frei: “Certa manhã, passou um médico, pelo Recolhimento da Luz, a fim de visitar Frei Galvão. Terminada a visita, o Santo ofereceu ao amigo um belo crucifixo, dizendo-lhe que era para que caminhassem  melhor os seus negócios espirituais e temporais. O médico agradeceu o presente, mas fez uma solicitação ao Santo, pedindo-lhe que guardasse o precioso crucifixo até que ele regressasse das visitas que ia fazer a alguns doentes. Cumprido o dever profissional, o médico seguiu para casa se esquecendo de voltar ao Recolhimento para pegar o seu presente. Todavia, ao penetrar no seu consultório, cuja chave trazia consigo, com grande e comovedora surpresa viu sobre a sua mesa de trabalho, o crucifixo de Frei Galvão”.
      
       A prática tem muito a ver com o voto de cura e é muito antiga. Já era presente na civilização romana e conhecida como timbre terapêutico. O timbre era comprado com intenção de voto de cura e guardado ou até ingerido.

Timbres terapêuticos
 
          As pílulas do Frei Galvão são distribuídas gratuitamente, tendo os pedidos aumentados desde a beatificação do Frei.

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